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A perspectiva do aumento da oferta de gás natural, aliada ao avanço regulatório nos estados e a entrada de novos fornecedores a partir no Novo Mercado de Gás Natural são pontos cruciais para o desenvolvimento do mercado livre. Essas questões foram debatidas no painel “Mercado de gás natural e consumidores livres”, nesta quinta-feira (11/11), no terceiro e último dia da Rio Pipeline 2021.

Para José Carlos Broisler Oliver, diretor da Compass, a abertura do mercado de gás vai aumentar a competição, reduzir custo e trazer benefícios aos clientes. “Cada país precisa desenvolver sua própria regulação e a abertura tem a ver com a maturidade do mercado, condições políticas, de legislação”. Broisler ressaltou que para ter sucesso é preciso ter infraestrutura e a disponibilidade da molécula.

Pelos grandes consumidores, Pedro Henrique Gomes Teixeira, Vice-Presidente Jurídico e de Relações Institucionais da Ternium, disse existir demanda para o gás natural. “Se houver disponibilidade do gás, as grandes indústrias estão preparadas, dispostas a assinar contratos longos, e que podem viabilizar as demais infraestruturas para o tratamento e a distribuição do gás até o consumidor final”.

A nova Lei do Gás e os desinvestimentos de ativos pela Petrobras criam um ambiente de negócios muito desafiador no atual mercado brasileiro. Para Cristina Sayão, gerente de Assuntos Regulatórios da TAG, “a nova Lei do Gás é uma transformação em curso”, com muitas possibilidades para o mercado. “Podemos chegar a um círculo virtuoso, com maior disponibilidade da molécula, redução de tarifas e estímulo ao investimento”, afirmou a executiva, acrescentando que a TAG segue este caminho baseado em três pilares: acesso, integração e liquidez.

O desinvestimento da Petrobras no refino também deverá ser impulsionador de demandas para a expansão da infraestrutura dutoviária no país, com a entrada de novos players e uma nova dinâmica comercial de derivados, a partir da busca de novos mercados para os produtos das refinarias privadas. “Esperamos uma maior competição no refino através da infraestrutura dutoviária, com rotas de dutos associadas às refinarias que farão parte do programa de desinvestimento da Petrobras”, destacou Marcus D´Elia, da consultoria Leggio.

O processo de transição energética também criará oportunidades para o segmento de dutos. Até 2050, a demanda por redes dutoviárias aumentará cem vezes em relação a hoje, segundo previsão feita por Alex Imperial, VP da DNV para Mercados de Energia para a América do Sul. Para Imperial, a maior parte desta expansão será por gasodutos, embora a demanda por hidrogênio dispare.

Neste cenário, Imperial destaca as muitas oportunidades que deverão surgir para novos dutos ou dutos reformados e adaptados. Além de gás ou hidrogênio, também haverá espaço para dutos de CO2, dentro dos preceitos CCS (sequestro e armazenamento de carbono, em português). Em linha com o executivo da DNV, Michael Templin, gerente de Desenvolvimento de Negócios da Wood, será necessária muita estrutura dutoviária para atender a demanda até 2050, destacando gasodutos, dutos para hidrogênio e CO2.

No último dia do evento, a American Society of Mechanical Engineers (ASME) divulgou o vencedor do Global Pipeline Award, prêmio que reconhece as melhores soluções apresentadas pelas empresas na área de transporte dutoviário. A empresa vencedora foi a TC Energy com o projeto “Plausible Profile (Psqr) Model for Metal-loss Corrosion Assessment”. Concorreram também ao prêmio as  finalistas Eddyfi, Enbridge, Rosen e Trapil.

A Rio Pipeline, um dos mais importantes eventos do segmento de dutos do mundo, acontece neste ano de modo virtual. O evento encerrou hoje com a participação de 1.580 congressistas de 27 países, 102 palestrantes e mais de 30 horas de conteúdo.

O evento tem patrocínio da Petrobras, NTS, Rosen, TAG, TBG, ATGÁS, AMPP, Compass, Herrenknecht, Tenaris, Wood e Elastomeros, e conta com a participação do Governo Federal.

Mais informações: www.riopipeline.com.br .