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A sexta edição do webinar Liderança Feminina em Pauta, organizado pelo Comitê de Diversidade do IBP, convidou executivas para discutir o desafio que as mulheres tem para alcançarem cargos de liderança nas empresas.

O vídeo da transmissão do webinar está disponível no canal do IBP no Youtube.

Com mediação de Olivia Ferreira, Fundadora e CEO da Enlight e Co-chair 30% Club Brazil, Anelise Lara, Diretora Executiva de Refino e Gás Natural na Petrobras e Ieda Gomes Yell, Conselheira da WILL – Women in Leadership in Latin America compartilharam suas trajetórias profissionais, além de falarem das barreiras e dos aprendizados que tiveram ao longo da jornada corporativa.

A falta de um modelo feminino de líder e o viés inconsciente foram aspectos vivenciados por Anelise Lara durante a construção da sua carreira na Petrobras.

Sendo uma das primeiras mulheres engenheiras de petróleo da estatal, a executiva ressaltou que, a ausência de figuras femininas em cargos corporativos fazia com que muitas mulheres assumissem um perfil masculino de liderança ao serem promovidas, como uma forma de serem aceitas.

“Eu acho que isso foi um desserviço. Abrir mão da nossa característica feminina para ser bem recebida no meio masculino não ajuda. Hoje, a nova geração de líderes mulheres está mais consciente e faz questão de demonstrar a feminilidade”, explicou Anelise.

Em alguns momentos, a executiva percebeu os efeitos do viés inconsciente na sua carreira e na de outras mulheres. “Algumas oportunidades foram perdidas por pensar que um homem estivesse mais preparado só por ser homem”, comentou.

Ainda de acordo com Anelise, muitas mulheres desistiam de suas carreiras quando chegavam ao momento de assumir a maternidade. “Muitas dessas mulheres enfrentaram obstáculos que as fizeram desistir de suas carreiras e eu acho isso uma pena, pois o mundo corporativo não pode prescindir desses talentos por falta de mecanismos e atenção à essas mulheres”, acrescentou.

A estruturação de processos internos de seleção com candidatas mulheres e a estruturação de carreias pensadas a partir das características femininas, são importantes para manter os talentos femininos nas empresas, na opinião de Ieda Gomes Yell.

“Se não houver a liderança da empresa comprometida e atuando de maneira forte nesse assunto, entendendo que é importante para a performance da empresa, não haverá mudança”, ressaltou Ieda.

A diversidade, de acordo com a executiva, não é assunto do RH e sim, da liderança da empresa. Nesse sentido, os conselhos de adminstração tem um papel fundamental de cobrar metas de diversidade. Algumas empresas, por exemplo, a remuneração do CEO está ligada à critérios de diversidade. Em alguns países, existe uma pressão por parte dos acionistas e dos investidores de maior presença de mulheres nos conselhos.

“Um ponto que temos que trabalhar muito é ter nos conselhos de administração uma política de colocar a diversidade como central nas estratégias da empresa. Então, quando a gente está no conselho, temos que trabalhar pela diversidade vertical e horizontal”, finalizou.

As empresas que mais estão avançando com a agenda de equidade de gênero tem o comprometimento da alta liderança com o tema, de acordo com Olivia Ferreira. Além disso, essa liderança demonstra sensibilidade em entender as barreiras que as mulheres enfrentam e humildade, de encarar o desafio da igualdade de gênero.

“Tem que ter intencionalidade de promover oportunidades iguais tanto para homens quanto para mulheres, investimentos em neutralização de vieses inconscientes, alteração de processos e políticas, remuneração de executivos atreladas à diversidade, e outras ações para promover a equidade”, explicou Olivia.

A série Webinar Liderança Feminina em Pauta faz parte do Programa de Mentoria de Profissionais Mulheres da Indústria de Óleo & Gás, organizado pelo Comitê de Diversidade do IBP para debater sobre liderança feminina.

Acompanhe a agenda dos próximos temas:

Dezembro – Autorreflexão: Fortalecendo e desenvolvendo capacidades e aptidões