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Em parceria com a EPE, o evento contou com grandes nomes do setor, que reforçaram o que vem sendo feito para reduzir as emissões com foco na economia de baixo carbono

O Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP), em parceria com a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), promoveu nesta terça-feira (2/07) a segunda edição do Ciclo de Debates para a Transição Energética. Com foco nos impactos das mudanças climáticas sobre a oferta e demanda de energia e na eficiência energética, o evento reuniu grandes nomes do setor para debater o duplo desafio global de garantir a qualidade de vida da população e, ao mesmo tempo, reduzir as emissões de poluentes.

Para Jorge Camargo, conselheiro emérito do IBP, discussões desse tipo precisam ser feitas em âmbito global a fim de promover troca de conhecimento e criar oportunidades para o setor. “Estamos constantemente fazendo transições energéticas, mas, sem dúvida nenhuma, a que vivemos atualmente é a mais especial, uma vez que o foco é o clima e a demanda por energia”, afirmou. “Enquanto o setor de energia aponta um crescimento de produtividade fantástico, temos 80% da população mundial vivendo e usando energia abaixo do que é considerado razoável para a sobrevivência, vivendo na pré-história, na miséria energética. Precisamos achar uma solução para isso”, disse.

O avanço da discussão sobre transição energética está no centro das decisões dos gestores de negócio. Segundo a presidente do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), Marina Grossi, o caminho mais viável para minimizar os impactos do aumento da temperatura global é a redução das emissões. Para isso, porém, é preciso um diálogo constante com as empresas sobre transição energética com foco na economia de baixo carbono. “Podemos promover um avanço mais significativo se continuarmos trabalhando em conjunto com o setor privado, pensando na proposta da precificação de carbono e contribuindo efetivamente para barrar os avanços das mudanças climáticas”, enfatizou Marina.

Para a executiva, as empresas de óleo e gás precisam exigir dos governos medidas eficientes de combate às mudanças climáticas. “A ciência vem dando o tom da discussão sobre os riscos climáticos e financeiros da questão climática. É preciso destinar os recursos necessários para contribuir com o avanço de soluções tecnológicas, estabelecendo uma maior transparência e compreensão de sociedade. Pensando nisso, de 2015 a 2017, as empresas brasileiras ligadas ao CEBDS executaram 1.340 projetos, totalizando um investimento de U$ 85,8 bilhões para redução de emissão de poluentes”, completou a presidente do CEBDS.

André Clark, presidente da Siemens, afirma que o Brasil tem uma matriz energética com grande potencial, o que pode levar o país a um cenário de vantagem competitiva em relação a outros mercados. “O Brasil precisa direcionar a sua atenção para as políticas públicas, apostar na mobilidade elétrica como geração de novos modelos de negócios e investir no mercado de gás”, falou. Hoje, o Brasil é um dos países com a maior parcela de energias renováveis em sua matriz energética.

Leonam Guimarães, presidente da Eletronuclear, também abordou a relevância do Brasil na indústria global de energia. De acordo com ele, o país é o nono maior gerador de energia elétrica no mundo e o primeiro em renovabilidade da matriz energética, o que coloca o Brasil em um lugar privilegiado e de destaque.

Ainda de acordo com Clark, o setor tem o papel de incluir no mercado novos talentos capazes de promover uma visão ampla sobre eficiência energética, com foco no desenvolvimento de inovações e no fomento aos investimentos. “A capacidade brasileira de adotar e criar tecnologias trará novos cenários para o país. Dito isso, é necessário focar na capacitação e formação de talentos nacionais para atuar nessa nova realidade”, pontuou.

As empresas do setor de petróleo e gás já vêm investindo na procura por outras fontes além do petróleo e se preparando para a transição energética. Segundo Luís Henrique Guimarães, presidente da Raízen, o grande desafio é pensar no futuro a partir das mudanças que estão acontecendo. “Para o Brasil se tornar efetivamente competitivo, o desafio é saber onde há maior retorno, precisamos investir na infraestrutura e no desenvolvimento de políticas com foco em energias renováveis e na economia de baixo carbono”, finalizou.

Confira a segunda edição do Ciclo de Debates 2019.

 

A segunda edição do Ciclo de Debates 2019 teve patrocínio master da Petrobras e patrocínio ouro da Enauta. A próxima edição do Ciclo será sobre matriz energética  e está marcada para 19 de setembro, no Prodigy Hotel Santos Dumont, no Rio de Janeiro.