Parceria entre empresas e Ibama visa avanços na avaliação e mitigação de impacto ambiental
Tecnologias para monitorar correntes, salinidade e temperatura são empregadas na proteção de oceano
A manhã do último dia de debates do ESG Energy Forum tratou de temas como a integração das demandas econômicas com a agenda ESG, a proteção ambiental na costa brasileira e a integração do setor com os órgãos ambientais para a criação do plano macro para mitigação dos impactos socioambientais. O evento, promovido pelo Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP), começou na última terça-feira, dia 20/6.
O painel “Plano Macro e as perspectivas de integração dos programas macrorregionais do pós-licença offshore” abordou os esforços para aperfeiçoar a gestão dos impactos socioambientais da indústria de óleo e gás. Mônica Brito, analista Socioambiental Sênior da TotalEnergies, destacou a importância da integralização e da inovação em um debate coletivo. “A novidade do plano macro é que temos o Ibama em diálogo com as operadoras do setor. No âmbito do Comitê de Coordenação Interinstitucional, fizemos mais de 24 encontros, dois seminários e um total de 280 horas de mesa de diálogo”, explicou Mônica.
Para Julio Cesar Dias, analista Ambiental do Ibama, o plano macro é uma diretriz para o alinhamento entre equipes distintas, criado de forma coletiva há quatro anos. “A ideia é promover inovações administrativas e técnicas que favoreçam a previsibilidade em processos de licenciamento e avanços em metodologias para a avaliação e mitigação de impactos ambientais”, ressaltou.
Segundo Rafael Guerreiro, gerente de Manutenção e Pós-Licença E&P da Petrobras, a consolidação de dados é complexa e o plano macro vai auxiliar a reunir informações, otimizando recursos. “O objetivo é qualificar o debate público sobre gestão ambiental e sobre os impactos da indústria do petróleo como um todo”, afirmou.
ECONOMIA E ESGIntegrar os indicadores econômicos e as demandas do mercado financeiro com as estratégias corporativas para a agenda ESG das empresas foi o tema do painel “E+ESG”. Sonia Consiglio, integrante da SDG Pioneer pelo Pacto Global da ONU, ressaltou a necessidade do alinhamento do pilar econômico com as premissas sociais, ambientais e de governança para o desenvolvimento sustentável.
Para Gilberta Lucchesi, vice-diretora financeira da Repsol Sinopec Brasil, é preciso aliar sustentabilidade e segurança energética como forma de viabilizar o crescimento econômico, em um cenário em que o mundo ainda precisa de óleo e gás para manter se produtivo.
O presidente da Karoon Energy no Brasil, Antonio Guimarães, afirmou que “precisamos atuar com visão de segurança energética e trabalhar a eficiência, porque todos nós, empresas e consumidores vamos ter que reduzir nosso consumo de energia.”
OCEANOSDe ações para preservação da biodiversidade marinha ao uso de novas tecnologias que geram conhecimento ou ajudam em casos de respostas a incidentes em alto mar foram os assuntos debatidos no painel “Proteção Ambiental dos Oceanos e da Costa Brasileira”.
Flavio Andrade, presidente da OceanPact, ressaltou a necessidade de fomentar a proteção dos oceanos e da costa, por meio do desenvolvimento e uso de tecnologias. Um dos projetos com esse objetivo é o de monitoramento de correntes superficiais, da OceanPact, realizado nas bacias de Campos e de Santos. Com ajuda de três antenas e um radar de alta frequência, a empresa consegue medir correntes numa área de até 300 quilômetros da costa, em tempo real, auxiliando as respostas de emergência em alto mar."Com essa ferramenta e o conjunto de dados que já temos de satélites, além das informações de temperatura do mar e outros dados pontuais, conseguimos estabelecer para onde está indo uma mancha de óleo ou até mesmo localizar um homem ao mar ou embarcação à deriva”, explica Flavio Andrade.
A Subsea7 também utiliza a tecnologia na busca de mais conhecimento sobre o oceano, pensando em sua preservação. A BORAbox coloca sensores a mais de 6 mil metros do fundo do mar para medir temperatura, salinidade e profundidade, com transmissão de dados diariamente.
“O equipamento nos ajuda a compreender o impacto das mudanças climáticas nos ecossistemas e no meio ambiente e ajudar a comunidade científica”, conta Laila Abdel-Rehim.
Além de gerar conhecimento sobre o oceano, o monitoramento da região costeira também ajuda a preservar a biodiversidade. É o que faz, por exemplo, a VAST. Desde 2008, a empresa monitora 62 quilômetros de praia, no Norte do Rio de Janeiro, identificando os ninhos existentes de tartarugas, acompanhando o nascimento dos filhotes e oferecendo cuidados aos animais que precisarem de tratamento. Ao todo, o projeto já liberou mais de 1 milhão de filhotes ao mar.
O ESG Energy Forum é um evento do IBP com patrocínio da Petrobras, Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), SBM Offshore, Shell, TotalEnergies, BlueShift Brasil, ExxonMobil, Ipiranga, PetroRecôncavo, Repsol Sinopec Brasil, Trident Energy, Naturgy, SLB, Mattos Filho Vibra, Constellation, OceanPact, Aker Solutions e Porto do Açu. Além do apoio do Governo Federal, o evento conta com a parceria de mídia da epbr, apoio de mídia da Brasil Energia, TN Petróleo e da Petro&Química, e apoio institucional da Proactiva.
O evento acontece até esta quinta-feira, dia 22 de junho, no Rio de Janeiro. Mais informações no link.
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