Igualdade de gênero ainda é desafio para o setor de óleo e gás
O caminho das mulheres pela equidade na indústria ainda é longo. É o que afirmam as últimas pesquisas realizadas para mapear a presença feminina no setor de óleo, gás e energia. Diretamente ligado ao empoderamento econômico e ao Social da Agenda ESG (Ambiental, Social e de Governança), o progresso da pauta, em todos os níveis hierárquicos, é o centro dos debates e orienta a promoção de programas e políticas de diversidade, como o Programa de Mentoria de Liderança Feminina – Mulheres da Indústria de Óleo & Gás e a campanha setorial O mar também é delas.
Segundo pesquisa realizada pela Boston Consulting Group (BCG), em parceria com a World Petroleum Council (WPC), as mulheres representam apenas 22% da força de trabalho do setor, número que se mantém o mesmo desde 2017.
- Na América Latina, o cenário regional também segue sem muitos avanços, com 21% do quadro feminino.
- Já o número de programas e políticas de diversidade teve um crescimento expressivo, de cerca de 50%, o que reforça a importância da estratégia, engajamento e recursos para que essa agenda avance mais a cada dia.
Em 2021, ciente da importância da diversidade e inclusão para o desenvolvimento da indústria, o Comitê de Diversidade do IBP promoveu, entre outras ações, a segunda edição do Programa de Mentoria de Liderança Feminina – Mulheres da Indústria de Óleo & Gás, em parceria com a consultoria global LHH, focado no desenvolvimento das capacidades comportamentais.
Nesta edição, foram 48 duplas compostas por executivas-mentoras, executivos-mentores, e mentoradas com foco no impulsionamento da liderança feminina no setor de óleo e gás – que representam menos de 15% dos cargos executivos - nas empresas que abraçaram o Programa, dentre elas Aker Solutions, Baker Hughes, Bp Energy, VIBRA, Braskem, Chevron , Equinor , Ipiranga, Ntag Pela Engie , Ocyan, OneSubsea, Schlumberger, Petrogal, Petrobras, Prumo, Sbm, Shell,
Sinergás GNV, Subsea7, Technip Total e próprio IBP.
Iniciativa da Ocyan com apoio das empresas associadas Altera&Ocyan, Aker Solutions, Equinor, SBM Offshore, Schlumberger, Subsea7 e TotalEnergies, além do IBP, a campanha “O mar também é delas” foi inspirada na pesquisa encomendada ao Instituto Ipsos com mulheres que trabalham offshore em diversas empresas do setor. Segundo a pesquisa:
- Quase a metade das entrevistadas (45%) responderam ser um ambiente muito machista, o que o torna pouco atrativo para as mulheres,
- 73% das entrevistadas já passaram por situações de mansplaining, quando um homem explica algo óbvio à mulher de forma condescendente;
- 62% já passaram por situações nas quais homens tentam fazê-las acreditar que enlouqueceram ou que suas reações são desproporcionais;
- 30% já passaram por alguma situação de assédio físico nas plataformas de petróleo;
- 23% já ouviram comentários abusivos ou machistas;
O objetivo desta iniciativa setorial é promover e garantir a equidade de gênero, da igualdade de oportunidades e do bem-estar das mulheres que trabalham ou desejam iniciar uma carreira nos segmentos offshore, logístico portuário e marítimo.
E durante mais de um mês, o IBP também promoveu uma programação especial dedicada a dar voz às mulheres – 60% do quadro de colaboradoras do Instituto -, compartilhando nas redes sociais histórias e opiniões de diversas mulheres da indústria de O&G e energia. Confira todos os depoimentos no Instagram e no LinkedIn do IBP.[