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27/02/20

Em entrevista exclusiva para Associados IBP, secretária-geral comenta papel do Instituto em cenário de mudanças

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A engenheira Cristina Pinho assumiu o cargo de secretária-geral do IBP, em novembro de 2019, com o objetivo de atuar na reestruturação do instituto. A mudança ocorre em um contexto especial para a indústria de O&G: além da retomada de investimentos na indústria, temas como transformação digital e transição energética estão cada vez mais presentes nas discussões. Este último, por exemplo, vai receber um bloco inédito na 20ª edição da Rio Oil & Gas, maior evento de O&G da América Latina, que ocorre em setembro, no Rio de Janeiro.

Confira, a seguir, a entrevista exclusiva de Cristina Pinho para os Associados IBP sobre prioridades da indústria, diversidade e planos para a Rio Oil & Gas:

1- Na sua opinião, quais são os temas prioritários para a indústria em 2020?

CP: Eu acho que a indústria – principalmente a de óleo e gás - tem que discutir, com seriedade e serenidade, a influência de suas atividades nas mudanças climáticas. Acho que isso tem que fazer parte do planejamento estratégico das empresas, até para elas também poderem mitigar os riscos de suas operações. Elas terão que prever como vão participar na solução dos problemas advindos da necessidade da transição da matriz energética, assim como também atuar - seja nos seus processos, seja através inovação e tecnologia ou até mesmo em novas atividades voltadas para outros tipos de geração de energia, para redução da emissão de carbono. Para mim, essa vai ser a agenda dos próximos anos. Eu acho que a responsabilidade da indústria de O&G é de se aprofundar no debate. Você pode, sim, produzir óleo e gás com menor emissão de carbono, com mais eficiência energética, assim como também começar a explorar outras fontes de energia.

2- Como você enxerga a atuação do IBP nesse processo? Como ajudar a indústria nessa mudança de paradigma?

CP: O IBP tem um papel de provocar a discussão junto aos seus associados, seja através de eventos e outros produtos, seja no âmbito dos seus conselhos. A Rio Oil & Gas vai discutir o que as empresas estão fazendo a respeito no novo espaço este ano que se chama CEO Talks. Esse é o papel do Instituto: provocar o debate e ainda promover essa troca de experiências entre várias empresas. Temos também o Comitê de Mudanças Climáticas, que agora está trabalhando para que a gente tenha um mercado de carbono no Brasil. Temos participado de consultas eventuais e, aqui dentro, o pessoal tem discutido esse importante item com a presença das operadoras. Acho que isso também é um papel importante do IBP. É discutir, fomentar, gerir o conhecimento a respeito e trabalhar para que a gente tenha um mercado de carbono num futuro próximo no país.

3- Estamos em ano de Rio Oil & Gas, maior evento de O&G da América Latina. Quais são as suas expectativas e planos para esta edição?

CP: Fazer a melhor Rio Oil & Gas de todos os tempos! Essa é a expectativa. Uma Rio Oil & Gas que vai ter uma integração grande entre a exposição e o congresso. Nós vamos buscar muito isso, provocando discussões nos vários estandes dos nossos clientes, prestadores de serviço e operadoras. Essa é a forma de integrar congresso com exposição. Esse é um dos objetivos. O outro é ter mais aporte de tecnologia, ter um app que realmente provoque essa forte integração do indivíduo com a exposição. Tem uma terceira proposta também que é internacionalizar a Rio Oil, trazer agentes externos que não participavam antes e fazer com que a Rio Oil tenha momentos em que seja transmitida ao vivo pela internet para aquele público da empresa que não pôde vir. E uma outra ambição é fazer uma Rio Oil & Gas com a pegada de carbono zero, com a exposição e o congresso totalmente sustentáveis. É possível fazer isso? Eu acho que é.

4- Você faz parte do Comitê de Diversidade do IBP e participou do programa de Mentoria Feminina, iniciativa em parceria com a LHH. Como o IBP pode ser um agente de transformação do setor em relação ao tema diversidade?

CP: Acho que só o fato de ter o programa de mentoria já provoca o debate dentro das empresas que estão participando. Temos o papel de alertar e provocar esse segmento sobre o quanto que eles estão perdendo pelo fato de não terem diversidade dentro da sua gestão, no alto nível gerencial das suas empresas. Esse é um trabalho bacana que a Lee Hatch Harrison e outras consultorias fazem, de mostrar o quanto você perde financeiramente, o quanto você perde na gestão do risco, o quanto você perde na inovação. São números, dados conhecidos, repetidos por várias consultorias, que a gente leva para a comissão. Então, aqueles CEOs que estão ali já dão uma olhada nestes indicadores, já ficam conscientes.

O programa cresceu este ano e vamos dobrar o número de mentoradas, sem contar que estamos trazendo executivos homens para participar como mentores. E isso é muito bom porque essa mentoria é uma troca, e é importante que os homens se sensibilizem e entendam os obstáculos, as barreiras, as dificuldades que as mulheres têm muitas vezes, não só internamente, mas no próprio ambiente do segmento. E mostra caminhos para o que eles, como gestores, podem fazer em termos de política de inclusão dentro das suas empresas.

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