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Autoridades e palestrantes internacionais marcam o início do congresso

 

Rio de Janeiro, 24 de setembro de 2018 – A 19ª edição da Rio Oil & Gas teve início com discussões sobre o atual cenário do setor e foco na transição energética. Autoridades e nomes de peso da indústria reforçaram também a necessidade de desenvolver um senso de urgência para atrair investimentos e melhorar a economia do Brasil.

Na sessão de abertura, o presidente do Instituto Brasileiro do Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP), José Firmo, afirmou que a indústria de óleo e gás vive uma fase de transformação que abre espaço para dinamizar o setor e colocar em evidência os benefícios que podem ser gerados ao país. Segundo o executivo, é necessário aproveitar o momento de transição energética com “senso de oportunidade para converter reservas em riqueza”.

Firmo destacou ainda que, se forem feitos os ajustes necessários, é possível elevar a produção de óleo e gás para 6,3 milhões de barris/dia, com a geração de 400 mil novos empregos e arrecadação de R$ 6 trilhões para o país. “O Brasil precisa ser competitivo e investir em planejamento e gestão para aproveitarmos essa fase”, disse.

O foco na janela de oportunidades do setor e nas mudanças que estão por vir também foram reforçadas nos discursos do secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, Márcio Félix, e do diretor-geral da ANP, Decio Oddone. Segundo Márcio Félix, é importante evoluir em temas como gás e assegurar que as mudanças já realizadas para o avanço do setor prossigam. Décio Oddone destacou que,  mantidos os avanços regulatórios, a previsão de investimentos para o país é de R$ 250 bilhões ao ano até 2030. “Para atingir essa estimativa, precisamos de mais empresas e um mercado competitivo para atrair investimentos e gerar benefícios para a sociedade”, disse Oddone.

 

A nova geopolítica e a transição energética

O cenário mundial com a produção de xisto em larga escala pelos Estados Unidos e a demanda energética da China, maior consumidor mundial de energia, também foram destaque no congresso. No painel “A nova geopolítica de petróleo e gás”, o diretor sênior do Centro de Estudos de Energia do Baker Institute (EUA), Kenneth Medlock, afirmou que “os EUA reconheceram a importância da energia e conseguiram mudar sua posição de importador para exportador. Com isso, se declararam um país superpoderoso em energia”. Medlock destacou ainda que a questão geopolítica dos países produtores tem determinado a dinâmica dos importadores de energia. “O mundo está procurando fornecimento seguro baseado em comércio e em geopolítica”, afirmou o executivo.

A analista sênior da Agência Internacional de Energia, Toril Bosoni, destacou que foi a instabilidade geopolítica que provocou a redução da produção em países como Venezuela, México, Nigéria e Líbia. Já Fareed Mohamedi, diretor do SIA Energy Internationational, apontou que a administração do presidente dos EUA, Donald Trump, tem criado novas tensões no Oriente Médio e mostrou preocupação com a maneira com que o resto do mundo vai lidar com as sanções dos norte-americanos ao Oriente Médio.

Toril Bosoni fez ainda um alerta para o impacto do uso dos veículos elétricos, que vem transformando a matriz energética do futuro.  “Em 2025, teremos 50 milhões de veículos elétricos. A projeção para 2040 é de 300 milhões, o que é muito significativo”.

A significativas transformações que vêm ocorrendo na atual matriz energética global também foram abordadas durante o almoço-palestra “Os desafios e oportunidades do setor de upstream no mundo em transição energética”. O diretor internacional de Upstream da Shell, Andy Brown destacou as tendências de cenário futuro, quando os governos terão que se comprometer cada vez mais com a redução das emissões de CO2, a crescente presença dos carros elétricos e a mudança na mentalidade dos consumidores de energia.

“Para a indústria de petróleo e gás, não se trata de sobreviver à transição energética, mas sim de prosperar e crescer durante esse momento. Por isso, é extremamente importante que as empresas voltem suas atenções para o valor agregado dos seus produtos”, disse Brown.

Outro aspecto apresentado pelo executivo foi a digitalização como fator para geração de valor ao Upstream. De acordo com Brown, as novas tecnologias são fundamentais para melhorar processos, bem como auxiliar o setor nesse grande momento de transformação. “Somos uma indústria em que os dados fazem parte do core business. É impressionante o quanto se pode extrair de processos como o machine learning. O desafio atual está em como promover a inovação”, afirmou.

A Rio Oil & Gas acontece até quinta-feira (27), com cinco blocos temáticos que tratarão de Exploração e Produção, Downstream, Gás e Energia, Abastecimento, Gestão da Indústria, e Tecnologias Digitais. Serão realizados paralelamente onze eventos, que reunirão especialistas em tecnologia, sustentabilidade, SMS (Saúde, Meio Ambiente e Segurança), certificação, exploração, downstream e formação profissional.

A programação completa pode ser acessada no portal www.riooilgas.com.br ou pelo App, disponível para download na Google Play ou na App Store.

A Rio Oil & Gas 2018 é patrocinada pela Petrobras, BP, Modec, Shell, Suatrans, Total, Santander, Chevron, Dow Química, Equinor, ExxonMobil, Galp, Repsol Sinopec, Misc Group, PetroRio, BakerHughes, Braskem, Fluor, Ipiranga, Microsoft, Plural, Porto do Itaqui, QGEP, Raízen, S&P Global Platts Thomson Reuters, Sulzer, Rosneft, TBG, Vallourec e WeWork.