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A verdadeira e completa transformação digital do segmento subsea. Esse foi o principal tema de debate do Subsea Forum 2018, realizado pelo IBP e pela SPE – Seção Brasil, no Rio de Janeiro. O evento, que aconteceu entre os dias 5 e 7 de junho, reuniu especialistas nacionais e internacionais dos principais players da indústria – desde operadores e fornecedores até consultorias – para mostrar as ferramentas de digitalização disponíveis e os benefícios gerados para o segmento que reúne sistemas e equipamentos submarinos.

“A criação do conceito Subsea 4.0 é mais do que aplicar tecnologias, é o modo como trabalhamos, são os processos. A transformação digital é fundamental para manter o breakeven price competitivo e fazermos uma transição suave para a economia de baixo carbono”, disse Orlando Ribeiro, da Petrobras, durante a abertura do evento.

Atualmente, a indústria de petróleo e gás compete não só com o shale oil americano, mas também com as energias renováveis. No entanto, segundo os especialistas, os combustíveis fósseis devem permanecer relevantes para a matriz energética global no longo prazo, tendo seu pico de demanda previsto entre 2030 e 2040. De acordo com Marco Biseli, do Boston Consulting Group, a demanda de energia global em 2040 será de 17.600 Mtoe. Desse total, o petróleo será a principal fonte energética (27%), seguido do gás natural (25%).

“O Brasil tem grande potencial para atender essa demanda, mas como garantir a competitividade? Eu diria que os principais fatores são a tecnologia, o digital e o analytics. A digitalização é capaz de deixar o segmento deepwater ainda mais competitivo e, especialmente no Brasil, levar a um futuro brilhante”, afirmou Biseli. “Nos últimos anos, eu tenho trabalhado em vários projetos de transformação digital, mas nenhum deles para a indústria de petróleo e gás. É muito bom ver esse setor despertar para essa necessidade”, complementou.

Os desafios à frente, porém, ainda são significativos. Segundo Marcio Affonso, da BHGE, 97% das companhias não desenvolveram ainda a habilidade de transformar os dados coletados em insights, em inteligência. Já para Brian Skeels, da TechnipFMC, a palavra-chave é risco. “Se a empresa investe 1 milhão ou 1,5 milhão em um projeto, ela não está disposta a arriscar e perder o investimento – e as novas tecnologias significam riscos, não têm toda sua capacidade comprovada. Se reduzirmos os custos dos projetos subsea, as empresas estarão mais dispostas a arriscar”, sentenciou.

O Subsea Forum 2018 teve patrocínio da Petrobras, Aker Solutions, Subsea Integration Alliance, Total, Tracero e 4Subsea.