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O presidente do Instituto Brasileiro do Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP), Jorge Camargo, afirmou que o mercado de gás brasileiro passa por “um período de transição, que terá um maior protagonismo do setor privado”, durante a abertura do 17º Seminário sobre Gás Natural, promovido entre 26 e 27 de julho, no Rio de Janeiro.

Segundo Camargo, são necessárias regras que tornem o setor competitivo, saudável e com capacidade de planejamento de longo prazo, a partir da entrada de novos agentes com a venda de ativos da Petrobras na área de gás, já anunciada.

Camargo enfatizou a necessidade de repensar o modelo regulatório especialmente nas questões do transporte do gás, na garantia de suprimento – papéis hoje desempenhados especialmente pela Petrobras – e no acesso à infraestrutura de dutos aos novos atores que entrarão no setor.

O secretário-executivo de Exploração e Produção do IBP, Antonio Guimarães, disse que a saída da Petrobras de alguns elos da cadeia de gás “será um movimento muito grande e desafiador” e que terá de ser integrado com o segmento de petróleo, pois a maior parte do gás brasileiro é associado à produção de óleo.

Presente à abertura, o secretário de Petróleo e Gás do Ministério de Minas e Energia, Márcio Félix, afirmou que todas as mudanças na área de gás serão discutidas com agentes, entidades privadas do setor, Petrobras, Empresa de Pesquisa Energética (EPE) e Agência Nacional do Petróleo (ANP).

Até 30 de setembro, disse, o objetivo é reunir ideias e opiniões de todos esses entes e traçar diretrizes de novas normas para o setor de gás, a serem colocadas em consulta pública em outubro.“Entre os nossos pilares, estão a transparência, o retorno compatível para investidores e a competição.”

Uma das propostas, de acordo com o secretário, é criar um agente que regule e administre o transporte do gás, a malha de gasodutos e o compartilhamento da infraestrutura existente, hoje com capacidade ociosa.

Na opinião de Jorge Celestino Ramos, diretor de Abastecimento e Gás da Petrobras, a transição no mercado de gás com a venda de ativos da estatal “será suave e não irá afetar a continuidade do suprimento.”

Gás do pré-sal

Presente ao segundo dia, o presidente da PPSA, Oswaldo Pedrosa, disse que nenhuma alternativa tecnológica (separação de CO², liquefação offshore do gás, entre outras) de aproveitamento do gás associado do campo de Libra – o primeiro do pré-sal sob o regime de partilha – se tornou economicamente viável com o preço atual do petróleo. No cenário atual, a única opção é reinjetar todo o gás no reservatório para melhorar a produção de petróleo.