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O Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP) debateu as perspectivas da cadeia de fornecedores no “Seminário: oportunidades para a indústria nacional”, realizado nesta quinta-feira, 01/06, em sua sede, com a presença dos presidentes da Petrobras, da Shell, da Transpetro, do Sinaval e da Abespetro.

O presidente do IBP, Roberto Ardenghy, destacou as oportunidades de crescimento da indústria de óleo e gás para os próximos anos com investimentos previstos nas atividades de exploração e produção de US$ 180 bilhões dólares e a geração de 445 mil empregos. “Nosso objetivo é buscar como auxiliar a indústria nacional, dentro do contexto da competitividade, onde precisaremos de prazos definidos e a entrega de produtos com a qualidade histórica da nossa indústria. É um mercado de muitos desafios para o futuro, de muita segmentação, de grande competição internacional, que demandará um produto cada vez mais competitivo e descarbonizado”, concluiu.

Já o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, ressaltou a importância da indústria naval e offshore brasileira e a necessidade de desenvolvimento da cadeia produtiva. “Gerar emprego, tecnologia é obrigação de cada país. Nós todos queremos desenvolver o Brasil, retomar a indústria. Não faremos isso sozinhos, mas em parceria, em uma política de estado”.

O Secretário de Estado de energia e economia do mar do Rio de Janeiro, Hugo Leal (PSD-RJ), ressaltou a importância da discussão de políticas essenciais para a indústria nacional e a necessidade de ampliar o mercado de gás natural. “Essa visão de diálogo cria um ambiente favorável. Precisamos atuar para garantir previsibilidade e segurança jurídica para o setor. Nosso papel enquanto formulador, agente público é ser um mediador e discutir temas importantes. O gás natural, por exemplo, é uma realidade e que precisa ser utilizado, é uma excelente oportunidade para as indústrias”.

Carlos Travassos, diretor de Engenharia, Tecnologia e Inovação da Petrobras, apresentou as oportunidades para a indústria de fornecedores nas atividades de descomissionamento e novos escopos na construção de FPSOs. “Estamos construindo módulos maiores por conta do aumento da complexidade das unidades de produção de óleo e gás. Isso exigirá uma estratégia de construção diferente, por isso temos de atuar em parceria com a cadeia de fornecedores”.

O CEO da Shell Brasil, Cristiano Pinto da Costa, também ressaltou o potencial do segmento de descomissionamento, destacando o projeto para descomissionar o FPSO Fluminense, o primeiro realizado por uma companhia internacional no Brasil. “O Brasil será um player relevante no segmento de descomissionamento no mundo. Mas temos desafios, como a necessidade de simplificar o marco regulatório e ter previsibilidade com o aprimoramento de pontos sobre requerimentos ambientais e prazos”.

Maurício Almeida, vice-presidente do Sinaval, sindicato que representa estaleiros de diferentes portes, ressaltou a importância de um ambiente de negócios saudável para gerar demanda e competitividade e a parceria com os agentes públicos. “Precisamos entender que a indústria naval precisa de uma política de estado, não de governo, para que os investimentos sejam perenes e movimentem a cadeia produtiva e a economia”.

Telmo Ghiorzi, secretário executivo da Abespetro, enfatizou a necessidade de investimentos contínuos no setor industrial para que o país seja capaz de atrair multinacionais e se tornar referência na cadeia produtiva. “A nossa industrialização precisa de continuidade, de política de estado e de estabilidade. Acreditamos que a exportação é um diferencial. O que nos tornará competitivos é sermos exportadores de equipamentos e materiais”, avaliou.

Elisa Salomão, chefe do departamento de gás, petróleo e navegação do BNDES, destacou o papel do banco para o desenvolvimento nacional e novas possibilidades de instrumentos financeiros para o setor naval. “O banco continuará apoiando a indústria e estamos trabalhando em condições financeiras que podem ser melhoradas dentro do fundo de marinha mercante. Em relação ao descomissionamento, com a BR do Mar foi incluída a possibilidade de outros investimentos para a indústria naval”.

O Deputado Federal Alexandre Lindenmeyer (PT-RS) elogiou a iniciativa do IBP em reunir os agentes do segmento para discutir melhorias e novas formas de alavancar o desenvolvimento da indústria nacional e apontou alguns temas essenciais para o setor. “A questão do Repetro no descomissionamento precisa ser analisada, além da importância da qualificação da mão de obra. Penso que o Brasil tem que ser muito mais que exportador de commodities e aproveitar o petróleo para ser um vetor de desenvolvimento da nação”.

Karine Fragoso, gerente de óleo e gás da Firjan e diretora geral da ONIP, disse que o país não teve uma política, mas sim uma cláusula de conteúdo local. “Hoje precisamos de uma série de ferramentas que viabilizem o operador produzir mais no Brasil. Queremos ampliar mercado para viabilizar maior participação da indústria nacional, com número maior de atores, trabalhadores nesse mercado”.