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A guerra na Ucrânia trouxe à tona a relevância do tema da segurança de suprimento de energia. Com o conflito internacional, a consequente retração da oferta de petróleo e gás e a alta das cotações das commodities, ficou evidente que a transição energética não pode renunciar à segurança energética em um mundo onde petróleo e gás respondem por mais da metade da demanda energética mundial.

Impactos da guerra na Ucrânia junto ao setor de óleo e gás no Brasil

A transição energética deve-se orientar pelo lado da demanda. Investimentos massivos em renováveis são necessários para que sua participação na matriz energética mundial se distancie dos patamares atuais inferiores a 3%. Essa é a opinião do presidente do Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP), Eberaldo de Almeida Neto. Nesta quinta-feira, 14, ele participou da palestra virtual ‘Impactos da guerra na Ucrânia junto ao setor de óleo e gás no Brasil’, promovida pelo Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), com participação de Décio Oddone, CEO da Enauta e ex-diretor-geral da ANP e moderação de Cristina Pinho, Presidente do Conselho do Instituto Luisa Pinho Sartori e Conselheira da Ocyan.

“A indústria de petróleo e gás atende a 56% da demanda mundial por fontes de energia, atualmente. Não dá para mudar isso da noite para o dia. Quando há uma inflação de energia, são as camadas mais pobres da população que mais sofrem. Não podemos perder de vista que cerca de 1 bilhão de pessoas, no mundo, não têm sequer acesso à energia”, afirmou Almeida Neto, durante o evento.

A energia no Brasil

A visão do presidente do IBP é de que o Brasil possui uma posição privilegiada na geopolítica mundial e na transição para uma economia de baixo carbono, por contar com uma matriz energética muito mais limpa do que a da média dos países. Enquanto, no mundo, o setor de Energia responde por 76% das emissões de gases de efeito estufa, essa participação, no Brasil, é de 18% e, deste total, 15% dizem respeito à indústria de óleo e gás.

Almeida Neto destacou a forte presença dos biocombustíveis no mercado interno, um fator de vantagem para o Brasil em comparação com os demais países. A expectativa do presidente do IBP é de que, com essa característica, o País caminhe para uma transição diferente da conduzida nos países da OCDE, aliando os recursos naturais disponíveis com outras soluções adotadas no exterior.

“Entramos de cabeça na transição energética, que é muito cara à indústria de petróleo e gás. Mas fazemos isso com bases científicas. O jogo é aberto, franco, com os dados sobre a mesa. O IBP acredita que o Brasil pode ser um paradigma para o mundo”, disse Almeida Neto.