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Faltando pouco para a definição da política de conteúdo local da 14ª rodada, marcada para o início deste ano, o governo brasileiro aposta no diálogo entre operadoras e fornecedores para solucionar os impasses existentes sobre a revisão da norma e estimular os negócios da indústria de serviços nacional. No final do mês passado, o secretário de petróleo e gás do Ministério de Minas e Energia, Márcio Félix (foto abaixo), lançou, em Vitória (ES), o Fórum Brasileiro de Petróleo e Gás, uma espécie de conselho cujo objetivo é estreitar as relações entre as empresas do setor a fim de desenvolver equipamentos e tecnologias que atendam às necessidades e demandas da indústria tanto no Brasil como no exterior.

A escolha de Vitória para o lançamento do projeto levou em consideração o modelo de sucesso do Fórum Capixaba de Petróleo e Gás, implementado há mais de dez anos, e que já ajudou a

Leonardo Duarte – SECOM/ESFoto: Leonardo Duarte - SECOM/ES

desenvolver 29 projetos de inovação para o setor. “O Espírito Santo representa a possibilidade de fazer algo concreto e diferente”, destacou Félix. Segundo ele, o estado possui um ambiente de negócios que deveria servir de referência para o país, a partir da relação entre setores público e privado e a academia. “O estado tem um ambiente bastante organizado para o setor de óleo e gás e isso é uma necessidade do país no momento. Precisamos fazer uma discussão nacional e mostrar para todos que é possível aumentar o fornecimento da indústria de serviços, tanto no Brasil quanto no exterior”.

De acordo com Félix, a ideia é levar o Fórum para outros estados. O primeiro seria o Rio Grande do Sul. “Apesar de não produzir petróleo, o Rio Grande do Sul tem estaleiros que podem construir FPSOs (navios plataformas). Por isso, queremos levar as grandes empresas para conversar com esses fornecedores, na tentativa de fechar novas parcerias e negócios”, exemplificou.

O projeto do governo foi bem recebido pelas operadoras Shell, Statoil e Petrobras, cujos representantes apresentaram suas necessidades à indústria capixaba durante o Fórum realizado na segunda. O Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP) e a Associação Brasileira das Empresas de Serviço de Petróleo (Abespetro) também apoiaram a iniciativa.

Para o secretário executivo de exploração e produção do IBP, Antonio Guimarães, a iniciativa é emblemática e deve estimular a retomada de negócios no Brasil. “O conteúdo local é algo que todos nós queremos. Uma cadeia de fornecedores forte torna o país mais atrativo. Mas existiu um período no Brasil em que se acreditou que a melhor maneira de desenvolver a indústria nacional seria a partir de uma obrigação. A proteção exagerada não é sustentável, pois as empresas que atendem apenas o mercado interno não conseguem competir no exterior. O que nós queremos é um conteúdo local em bases competitivas globais e que gere valor para o país”, afirmou.