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Em um mundo onde cerca de um bilhão de pessoas ainda não têm acesso à energia, como o nosso, o gás natural despontará como a principal fonte para geração elétrica nos próximos anos. Essa é a conclusão do presidente da International Gas Union (IGU), David Carroll. O executivo está no Brasil para participar do 15º International Gas Union Research Conference (IGRC) e discursou na abertura do evento, realizada nesta quarta-feira, dia 24, no Riocentro, no Rio de Janeiro.

De acordo com Carroll, a tecnologia é peça fundamental para o desenvolvimento do setor de gás e para a aplicação de metodologias que reduzam cada vez mais os custos de produção. Ele citou as oito tecnologias essenciais que estão sendo aplicadas em novos modelos de negócio em todo o mundo: Internet das Coisas; Robôs; Realidade Aumentada e Virtual; Impressão 3D; Blockchain; Inteligência Artificial e o uso de drones. “Sem dúvidas, esta é uma grande oportunidade para a nossa indústria”, frisou.

Segundo o executivo, o bom momento que a geração a gás pode experimentar é explicado por alguns fatores. Um deles é a abundância do insumo no mercado mundial, com preços mais baixos. Outro fator é o aumento da base instalada de energia renovável intermitente, que vai continuar demandando níveis crescentes de geração flexível com gás natural.

Além de Carroll, participaram da abertura do IGRC, o Gerente de Inovação e Tecnologia da German Technical and Scientific Association of Gas and Water, Frank Groeschl; a presidente do Comitê Organizador do IGRC no Brasil, Cynthia Silveira; e o secretário geral do Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP), Milton Costa Filho.

Durante sua fala, o secretário geral do IBP, Milton Costa Filho, destacou a melhoria no ambiente de negócios com o anúncio recente pelo governo do calendário de rodadas de licitação até 2019, e também falou sobre a transformação vivida pelo setor de gás natural no Brasil. Nos últimos anos, o mercado foi afetado pela queda do preço do barril de petróleo no cenário global, além das crises econômica e política. Além disso, Milton destacou o impacto da venda de ativos da Petrobras no segmento de gás. “Isso vai mudar completamente o mercado de gás no país. A entrada de novos atores demandará a criação de regras que estimulem a competitividade do Brasil e garanta novos investimentos no setor”, disse.

Programação – Um dos eventos técnicos mais importantes na indústria do gás natural no mundo, o IGRC está sendo realizado pela primeira vez no Brasil. Ele ocorrerá até sexta-feira, dia 26, no Riocentro. Aqui, ele é organizado pelo Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP) em parceria com o International Gas Union (IGU).

A edição de 2017 do IGRC tem como tema “Gás Natural: catalisando o Futuro”. Nestes três dias, o evento abordará o papel estratégico da tecnologia no desenvolvimento do mercado de gás.

A programação contempla plenárias, apresentação de trabalhos técnicos em sessões orais e pôster, além de visitas técnicas. Ao todo, serão 12 sessões orais e cinco plenárias, onde serão discutidos assuntos relacionados à produção e exploração, transporte de gás, distribuição, utilização de gás industrial, clima.  meio ambiente, tecnologia e inovação entre outros.

Ministrarão as palestras no evento os principais nomes do mercado nacional e de países como França, Irã, Alemanha e Estados Unidos.

Para as apresentações foram aprovados 415 trabalhos técnicos de 27 países. Brasil, França, Irã e Rússia foram os países que contribuíram com o maior número de trabalhos. Transmissão e distribuição de gás foi o assunto com o maior número de trabalhos inscritos seguido dos temas exploração e produção, clima e meio ambiente.