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O atual cenário energético mundial está diante do desafio desenhado pelas mudanças climáticas e pelas perspectivas de aumento na produção de energias renováveis com amplo acesso. Por isso, ter uma visão de longo prazo que permita estabelecer um modelo energético sustentável é fundamental para o futuro das próximas gerações.

De acordo com Roberto Schaeffer, professor associado do Programa de Planejamento Energético – COPPE/UFRJ e um dos palestrantes da quarta edição do Congresso Brasileiro de CO2, o que condiciona o futuro da energia não é a percepção apocalíptica do fim da era do petróleo como nos anos 1970, mas sim a preocupação com as mudanças climáticas. “A infraestrutura energética é de longo prazo e pré-determina o que deve ser feito no curto e médio prazo. Por isso o Brasil tem que saber claramente o que quer para poder investir lá na frente”, completa Roberto.

Segundo o professor, esse momento de transição energética, fortalecido pelo Acordo de Paris na COP 21, em 2015, assinado pelo Brasil e mais de 190 países, apresenta tendências na mudança da matriz energética, principalmente no setor de transportes.

“O perfil da demanda de combustíveis fósseis e de biocombustíveis vai ser muito diferente do que é hoje. A tendência mundial é de que o petróleo se volte para a petroquímica, com um nicho de biocombustíveis em setores que não podem ser facilmente eletrificados, e combustíveis como o querosene continuem sendo utilizados na aviação, navegação e em caminhões pesados”, finaliza Roberto.

Entre os palestrantes do Congresso, estavam Reive Barros dos Santos, presidente da EPE; Aloísio Lopes Pereira de Melo, coordenador-geral de Meio Ambiente e Mudanças Climáticas do MME; Aurélio Cesar Nogueira Amaral, diretor da ANP; Rob Littel, gerente geral de Tecnologias de Redução de CO2, da Shell Global Solutions; e Élbia Gannoun, presidente executiva da ABEEólica – Associação Brasileira de Energia Eólica.

O Congresso de CO2, organizado pelo IBP, aconteceu entre os dias 28 e 29 de junho, no Rio de Janeiro, e teve o patrocínio da Petrobras, Shell, Equinor, Total e apoio da Capes, CNPq e TN Petróleo.