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O Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP) lançou, na sexta-feira, dia 13 de maio, o Ciclo de Debates sobre Petróleo e Economia 2016. O tema do primeiro encontro foi “Custos e Competitividade da atividade de E&P de Petróleo no Brasil”. O debate contou com as presenças do secretário executivo do IBP, Antonio Guimarães; do diretor da ANP, José Gutman; do presidente da Abespetro, José Firmo; do vice-presidente de Suply Chain da Statoil, Mauro Andrade; do gerente geral de P&D em Geoengenharia e Engenharia de Poço do CENPES, José Roberto Fagundes Netto; do professor da UFRJ, Edmar de Almeida e dos representantes da Wood Mackenzie, Pedro Camarota e Horacio Cuenca. Confira a galeria de fotos.

Durante o encontro, o professor da UFRJ, Edmar de Almeida, apresentou um estudo sobre os custos da atividade de E&P no atual cenário de preços do petróleo, elaborado no âmbito do convênio com a Gerência de Análise Econômica do IBP. De acordo com a análise, as empresas e o governo brasileiro precisam adotar uma agenda estratégica para reduzir custos de exploração e produção no país e manter a atratividade dos campos brasileiros, que competem por investimentos em nível global.

Viabilidade
O estudo destaca ainda que, sob a estrutura de custos vigente em 2014, os projetos brasileiros só são viáveis com preços superiores a US$ 50 por barril (pré-sal e grandes campos pós-sal). A situação dos pequenos reservatórios é ainda mais difícil, requerendo preços acima de US$ 90 para se viabilizar. “Isso significa que os recursos petrolíferos brasileiros não seriam atrativos sem uma importante redução dos custos”, afirma o professor.Veja a apresentação feita por ele.

Custos de investimento
Ainda conforme o levantamento, os custos médios de investimento (capex) e de operação (opex) de projetos de exploração e produção no mundo recuaram 25% e 13,5%, respectivamente. Ao aplicar essa redução média de custos no cenário brasileiro, a conclusão foi que os projetos do pré-sal e os principais campos do pós-sal passariam a ser viáveis economicamente a US$ 45 o barril. “Porém, para assegurar a competitividade do setor petrolífero, em um cenário de baixo preço do petróleo, o ideal para as empresas era que os projetos alcançassem a viabilidade no patamar de US$ 30 o barril”, completa.

Atratividade em foco
O documento lista ainda um conjunto de encaminhamentos para reduzir custos e tornar a atividade mais atrativa. Para as empresas, a principal sugestão é a padronização e integração de processos de compras. Para os governos, a ideia é flexibilizar exigências de conteúdo local e reduzir a tributação do setor, incluindo impostos indiretos.

Perspectivas positivas
O secretário executivo do IBP, Antonio Guimarães, afirmou que “o setor de petróleo tem a capacidade de ser o motor dos investimentos nos país”. Para isso, contudo, é preciso que o governo reveja algumas questões regulatórias. Guimarães citou a regulamentação da “unitização”, o fim do operador único e o leilão das áreas “unitizáveis” como um conjunto de medidas de curto prazo que podem resgatar os investimentos do setor no curto prazo. Entre outros pontos, a agenda do IBP inclui a licitação de novas áreas no pré-sal, a renovação do Repetro, ajustes na política de conteúdo local e suspensão do ICMS e taxa de fiscalização das operações de extração no Rio de Janeiro como medidas prioritárias. Confira a apresentação completa feita pelo representante do IBP. 

O Ciclo de Debates Econômicos do IBP terá continuidade em julho, com o tema “Incentivos e Barreiras do Regime Tributário no Setor de Petróleo”. Também estão previstos encontros para setembro, novembro e dezembro. Acompanhe as últimas notícias e fique por dentro da abertura das inscrições.

Veja abaixo os melhores momentos do evento: