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  • Subsea aposta em nanotecnologia e engajamento de profissionais para acelerar produção;
  • Desenvolvimento de FPSOs podem contribuir para redução de emissão de CO2
  • Jornada da transformação digital nas empresas de O&G começa com a mudança da cultura organizacional

Novidade da 5ª edição da OTC Brasil 2019, a Arena Offshore reuniu executivos de operadoras e prestadoras de serviço para debaterem alguns temas de interesse para o segmento offshore. As sessões da arena reuniram dezenas de participantes durante os três dias de evento, mostrando o interesse e o engajamento dos profissionais da indústria de óleo e gás.

Já comum em eventos do IBP, como a Rio Oil & Gas, o formato de arena proporciona o debate dos temas discutidos no congresso de forma mais abrangente e com a participação de todos os públicos, já que a participação é gratuita e realizada no ambiente da exposição. “As pessoas podem participar de forma mais ativa, sendo estimuladas a discutir junto os temas propostos”, explicou Melissa Fernandez, gerente de tecnologia do IBP.

 

Desafios Subsea

Subsea Arena
Subsea Arena

O primeiro dia da Arena foi dedicado às discussões sobre as demandas e soluções para a produção em águas profundas e ultraprofundas.

Gustavo Freitas, da Petrobras, afirmou que o engajamento entre fornecedores e operadoras é a chave para o sucesso de projetos Offshore. “Engajamento é uma ferramenta poderosa para aumentar a atratividade dos negócios offshore. É possível acelerar o processo sem perder a qualidade”, explicou.

Nanotecnologia é uma das apostas da Total na área subsea de águas ultraprofundas. Além dessa inovação, Adriano Mota, líder de Deep Water e R&D, também citou o uso de bombeamento e processamento em águas ultraprofundas no Brasil. “Ha espaço para trazer esses sistemas e maximizar a produção”, disse.

Os desafios não são apenas técnicos. Muitos estão relacionados aos aspectos financeiros, especificamente os modelos de contrato, que impactam diretamente os negócios. Além disso, as opções de padronização e customização das linhas de produtos também são fatores que causam muitas discussões entre os prestadores de serviço.

De acordo com Paulo Veronesi, da Mcdermott, a padronização tem uma série de benefícios como redução de custos e tempo e aumento da produtividade. “A chave é um desenho de um projeto bem definido, que traz esses benefícios e minimiza riscos”.

 

FPSOs e as emissões de CO2

FPSO Arena
FPSO Arena

Representantes de empresas operadoras de campos brasileiros estiveram reunidas na arena offshore, no segundo dia da OTC Brasil 2019, onde discutiriam as tendências para investimentos, competitividade, modelo de contrato e financiamento.

Cláudio Makarovsky, da Siemens, destacou a tendência da transformação das empresas de óleo e gás em empresas de energia. Nesse sentido, disse, “os FPSOs podem contribuir para a redução de emissões de CO2, por meio da utilização do ciclo combinado dentro dos FPSOs, trazendo uma economia de até 30% no consumo de gás na plataforma”, explicou.

A construção de FPSOs – unidade flutuante de produção, estocagem e transferência – requer altos investimentos. Modelos de contrato e de financiamento e política de conteúdo local, são fatores que influenciam a decisão das operadoras e impactam diretamente os negócios do segmento de E&P.

Nesse contexto, a palavra de ordem é redução de custo, na visão de operadoras como Equinor, Petrobras e Total.

De acordo com André Leite, da Equinor, a estratégia da empresa é contratar prestadores de serviço com experiência para fazer a operação dos campos. “Todo ano nós fazemos uma revisão dos projetos e estamos constantemente revisitando nosso portfólio”.

A Petrobras segue uma política parecida em relação a redução de custos no processo de desenvolvimento de FPSOs. “Cada projeto tem seu próprio modelo de FPSO. Fazemos uma análise individual de cada projeto, além de uma análise de risco de mercado para calibrar nossa decisão sobre o modelo mais adequado de FPSO”, disse.

Pioneira no uso de FPSOs, a Total acredita que o sucesso do desenvolvimento dessas embarcações é a responsabilidade. “Acreditamos que a responsabilidade é fundamental alcançar a redução de custos, juntamente com a colaboração com prestadores de serviço”, conforme explicou Artur Gomes da Silva, da Total.

Tecnologia e Digitalização

Soichi Ide, da Modec, falou sobre o desafio em digitalizar as operações de FPSOs. O executivo explicou o processo focado em automação, onde uma nova infraestrutura foi construída para viabilizar análises rápidas e escaláveis. Ao mesmo tempo, disse, “mudamos nosso jeito de trabalhar para um modelo ágil, onde o produto é útil desde o primeiro estágio de desenvolvimento”. Alinhado a isso, a empresa desenvolveu um modelo preditivo para manter um ciclo contínuo das operações. “Nosso foco é coletar dados para que possamos prever os riscos.”

 

Transformação digital começa pela cultura

Digital Transformation Arena
Digital Transformation Arena

O último dia foi dedicado às discussões sobre o impacto da transformação digital nas empresas de O&G. Operadoras e empresas de tecnologia apresentaram suas visões e aplicações de tecnologia em projetos de exploração.

Tamara Garcia, da Repsol, mostrou como a empresa usa a cláusula de PD&I em seus projetos, focando os investimentos em áreas de inteligência artificial, big data, cloud computing, automação e internet das coisas (IOT). Com isso, de acordo com a executiva, “nosso objetivo é conectar todos nossos ativos subsea para a tomada de decisão mais rápida e segura”.

Para que o conceito de digitalização seja, de fato, implementado, Gabriel Rampo, da Shell, apresentou a visão da empresa de que as “pessoas são a chave para a incorporação da cultura digital”. Dessa forma, a empresa tem investido em parcerias com startups para aumentar a produtividade e agilizar os processos, estimulando a inovação dentro de casa.

Arno Van deer Hack, da Amazon, disse que a gigante da tecnologia e líder em cloud computing, acredita que a indústria de petróleo e gás deve ter acesso às mesmas tecnologias que as demais indústrias. “Nós queremos ajudar o setor de óleo e gás a acelerar o desenvolvimento dos seus negócios”, explicou.

O executivo apresentou como algumas operadoras usam as soluções da empresa para a otimização do desenvolvimento de campos. Uma delas, foi o desenvolvimento de um projeto de banco de dados com machine learning para coleta e armazenamento de dados de um poço de exploração.

 

A OTC Brasil conta com o patrocínio da Petrobras, Equinor, ExxonMobil, Shell, BP, Chevron, Petrogal, Total, Repsol Sinopec, TechnipFMC, Vallourec, PetroRio, Aker Solutions, Frank’s International, Maha Energy Brasil, Shawcor, Solvay, Halliburton, Enauta e MOL.